
Minha gente faz hoje um mês que viajei.
Parece mais?
Parece menos?
Essa semana recebi um aerograma do meu pai, que havia me mandado do aeroporto no dia que eu embarquei. Deve ter chegado antes, mas eu não tinha descoberto ainda que tinha uma caixa de correio só para mim. (Tudo escrito em alemão, dificulta...)
Meu pai falava, nesta cartinha, do medo que eu estava antes de me jogar nesse mundo de cá.
Realmente, o diferente, novo e desconhecido era instigante, porém amedrontador.
A verdade é que nem lembro direito mais quais eram esses medos.
Isso é bom, porque eles passaram ou foram sufocados de alguma forma para sobreviver a isso tudo.
Sempre me vêm à cabeça as semanas terríveis que passei na véspera da prova do TOEFL, que tinha que fazer como pré-requisito para o intercâmbio. O depois da prova esperando a nota, a incerteza de viajar...
Naquela época decisiva muita coisa aconteceu, muito chororô... Pessoal que estava perto bem sabe.
Sem a minha mãe, sem André, minhas amigas da vida e da Coppead apoiando e ouvindo minhas dúvidas, medos e insegurança, teria sido impossível estar aqui. Foi um sufoco, que passou e que me trouxe para essa nova vida.
Pensando bem, esse primeiro mês passou rápido e os próximos três também voarão.
De certa forma, não é tanto tempo assim, embora a saudade seja GRANDE.
Por outro lado, como já estou super adaptada, indo às aulas, dentro da rotina dessa vidinha bem mais ou menos, parece que já moro aqui há um ano.
É engraçado isso.
Estou super acostumada com a bicicleta, com o supermercado, com a faculdade, com minha caminha daqui, em falar na internet com as pessoas queridas, não ter transito para nada e hora marcada para tudo, em não ter televisão, não entender 90% das coisas que estão escritas em placas, rótulos e jornal, não comer feijão, nem pão de queijo, em sentir calor de dia e muito frio de noite.
Não tive como fugir desse post melodramático de “comemoração” de um mês... Achei importante escrevê-lo, pois talvez, os próximos eu nem perceba que estão passando.
Essa percepção de tempo é uma coisa mesmo muito doida.