Sufoco na aula

Voltei das viagens e agora vou precisar me concentrar nas aulas e trabalhos.
Vou continuar devendo aqui os posts sobre minha ida à Hamburg e Praga, para recuperar o tempo "perdido" nos estudos.

Passei um sufoco hoje e vou explicar.

Faço uma matéria chamada "Governança Corporativa" e desde a primeira aula o professor disse que seria baseada em discussões de casos de várias empresas internacionais.

Passando o olho nos casos vi que tinha um sobre o Brazil, com Z.
Pensei, legal vou poder entender as diferenças entre as práticas "de primeiro mundo" e as do meu país.

O tempo passou e nem mais me toquei que um dia essa aula ia chegar e era bom eu me preparar, pois afinal, falaria do meu país.

Voltei de viagem ontem, li o caso como sempre faço, "meio que por alto" e me deparei com o assunto principal: Daniel Dantas.

A primeira irritação foi que o caso, da Kellog, tinha como nome: "Citigroup’s Shareholder Tango in Brazil".
Vai dizer que não dá irritação, antes mesmo de começar a ler?!
Peralá...We dance SAMBA! We dance CRÉU, baby!
Se o professor me perguntasse algo, a primeira coisa que eu diria era isso...O nome do caso não está apropriado...ahaha

Aí foi que me deu um lampejo de responsabilidade como estudante: Eu sou do BraZil, e óbvio que ele vai me perguntar algo sobre o caso, vai querer detalhes do meu país...Vai pedir para eu falar algo...
ME FERREI!
E o pior é que percebi essa possibilidade, como sempre, em cima da hora.
"Sou a única brasileira na turma do mestrado! Vai sobrar para mim!"

Sei que é comum pedir participação do aluno na sala, mas não assim, compulsoriamente, sobre um assunto que convenhamos que é complicado de explicar em Português, imagina em INGLÊS.

Como se fala em inglês "maracutaia", "corrupção", "propina", "esquema do mensalão", "bandidagem", "lavagem de dinheiro", "safadeza", "tudo acaba em pizza no Brasil"???
Eu não tenho esse vocabulário em inglês!

Assim que me dei conta disso, a primeira reação foi: Não vou à aula. rs rs
Claro que isso não era uma opção, pois afinal, estou aqui para isso...

Me desesperei um pouquinho, confesso, pois mesmo que eu lesse tudo sobre o caso, sobre como foi resolvido, e isso eu fiz, a insegurança de ter que falar era grande, dado o meu histórico com a língua inglesa e meu pouco conhecimento em finanças e economia.

Ok...Passado o desespero, fui à aula, sentei no cantinho do cantinho, quase em baixo da mesa e abri o laptop com as principais palavras traduzidas na minha frente.
Eu já tinha entendido o contexto, só precisava da cola dos termos "técnicos" da robalheira generalizada que eu tinha que expor sobre o meu país, se algo me fosse perguntando.

A minha sorte é que o estilo de aula alemão não é tão participativo quanto eu imaginei.
O professor até pede ajuda, pergunta, mas ele mesmo responde e gosta de transformar a aula em estilo "lectures", mesmo que a proposta seja discussão de um caso.
Acho que eles são muito certinhos para deixar que a discussão corra solta entre os alunos.

Então, acabou que o professor fez uma ou duas perguntas e nenhuma delas tão específicas que algum brasileiro teria que responder, por isso fiquei CALADINHA!

Ufa!

Não precisei abrir a boca dessa vez, o que sei que é chato, eu podia me expor mais...Mas esperarei um tema menos complexo para isso.
Por exemplo, na aula de Cross Cultural Comunication eu já até discuti com um outro aluno sobre um tópico de diferenças culturais...Estava mais a vontade para isso e consegui falar e ir contra os argumentos do alemão cabeça dura. O professor me ajudou, pois concordava comigo, e minha visão mais flexível sobre o assunto.

Terminada a aula de hoje, percebi que foi até legal. É interessante ouvir como os alunos não têm noção da malandragem que corre solta no Brasil.

O professor ainda vai falar mais do caso na próxima aula, não deu tempo para abordar tudo, é muita maracutaia mesmo.

Foi bom eu ter lido e relido a história, pois estou aprendendo, pelo ponto de vista de cá, como as coisas deveriam ser e funcionar...Tudo na teoria...

E o BraZil, ao menos, serviu de exemplo, mau exemplo...

Olha a situação

Legenda: Duas brasilieras mortas no chão do trem em direção à Munique. Nem digo quem é a que está debaixo do casaco vermelho...

Berlim

A faculdade organizou uma excursão à capital.

Maneiro, poder ir logo visitar Berlim, sem precisar organizar nada, e ainda ter a disposição guia turístico e ônibus para andar pela cidade. Não sei se terei tempo para voltar, talvez eu passe o ano novo por lá...Disseram que é interessante., melhor que Paris, mas não dá para saber ainda quais serão os planos.
Assim foi, arrumei a mala, fui à aula de manhã e na hora do almoço fomos ao ponto de encontro para entrar no ônibus alugado e encarar horas e horas de viagem. Mais uma vez viagem perrengue...Faz parte, vida de estudante, euro valendo três vezes mais que a minha moeda...tenho que pensar assim.
Chegamos em Berlin diretamente para a night. Deixamos as coisas no hotel e fomos andando até um clube típico da cidade. Música boa, nada de eletrônico...cidade grande, gente diferente...Ótimo.
O perrengue da ida foi compensado com o café da manhã delicioso do hotel, com tudo que tínhamos direito no dia seguinte....humm.
Logo cedo pegamos o ônibus novamente para visitarmos os pontos históricos, com o guia que era uma figura. Foi bom ouvi-lo e conhecer um pouco da história da cidade, da humanidade e tal. Não da para esquecer que estou na Alemanha, palco de tanta atrocidade. Dá nervoso isso.
O guia, falou abertamente sobre tudo. Sobre a guerra, sobre a cidade partida, sobre como se recuperou, sobre como, por incrível que pareça, o nazismo ainda tem espaço com os grupos isolados que atacam, queimam, depredam...
Cruel e triste.
Berlin é imensa, cabe Munique, Mainz e Frankfurt dentro. Impossível conhecer e aproveitar o bastante em apenas uma ida de poucos dias. Faltou visitar os museus, o zoológico (dizem que é o maior da Europa), a parte alternativa da cidade, muita coisa.
No entanto, aproveitei bem o tempo que tive.
Tirei várias fotos, comi Wurst, bebi cerveja local – Berliner-, fui a boates interessantes, vi mendigo, sujeira, andei pelo parlamento, muro, praças, portão e monumentos.
Não gosto tanto desses monumentos, dá angustia, é a visão de um artista sobre um fato acontecido para não deixar que este fato fique apagado na história (como se pudesse ficar se não existisse o monumento)... Berlin tem muita história e muitos desses por toda a parte, um mar deles: Monumento aos soldados da guerra, aos mortos na tentativa infeliz em ultrapassar o muro, aos homossexuais perseguidos, aos judeus.

Na volta para casa passamos em Potsdam, uma cidadezinha fofa com um castelo cópia do castelo de Versailles, com jardins lindo e grande que-nem-que.

(as fotos acima são todas do muro, tirando a do ursinho, símbolo da cidade)

Final das contas foi ótima e cansativa a viagem!

Para todas fotos:

http://picasaweb.google.com.br/marianna.freire/Berlin?authkey=Gv1sRgCN-DyorR4PPWowE#

Da minha janela

Uns têm vista para o rio, eu vejo o Luck, vira-lata-alemão. E o quintal. Muito silencioso.

Croatia!

O que vocês não me pedem sorrido que eu não faço chorando? rs rs rs

Fotos! De uma viagem linda!

Enjoy.

É só clicar no link:

http://picasaweb.google.com.br/marianna.freire/Croacia?authkey=Gv1sRgCLzK7ZL8ldOgbg

-3oC

Assim acordei hoje.
7h da matina, escuro e logo olhei na internet a previsão do tempo para o dia.

Agora decidi ficar ligada, pois ontem saí de casa umas 10h com sol lá fora, coloquei um casaco normalzinho, blusinha de manga e fui à faculdade.
Dentro da sala de aula não temos noção o quanto faz frio do lado de fora, pela calefação.
Acontece que saí as 21h da faculdade e mesmo morando ao lado, cheguei em casa com os dedos do pés e mãos duros que nem pedra de gelo.
Dei mole, devia ter acompanhado o site.

Só que hoje, acordei já esperta e me preparei para sair no escuro, pegar a bike e ir para aula...Muita força de vontade...Pedalar nessa friaca para ir assistir aula!
Correr 21km que nada, esforço mesmo será sobreviver a esse inverno europeu. rs rs
Pois é, o bicho já está pegando e ainda estamos no meio de OUTUBRO!

Hoje temos sol lá fora, que deixa o dia bonito, mas não menos frio.
Não entendo mesmo como faz sol e não faz calor...Que coisa!

Acabei de olhar a temperatura, novamente, para atualiza-los, +3oC.

Para mim não faz a menor diferença, tudo abaixo de 10C já tá brabo...

Atrasada aqui

Acumulou tudo nesse blog.
Indico aos mais ansiosos que me mandem e-mail, ou me achem no Skype.
Tem sido complicado adequar as aulas, viagens, tarefas extra-classe (gostaram do nome?) e escrever no blog.
As aulas estão bombando. Não tanto, mas o suficiente para eu me enrolar.
Tive que preparar uma apresentação em inglês para apresentar, SOZINHA, na aula de comportamento do consumidor. Para muitos isso não é um mistério, mas a presentação deu um trabalho infernal.
Tinha que escrever sem erros, fundamentar bem os exemplos e ainda falar na frente da turma do mestrado, que são todos bem inteligentes, pelo que já percebi da participação em sala de aula.
Estudei um pouquinho e fiz minha parte. Preparei tudo direitinho (papai ajudou com buscas pela internet, pedi ajuda para Deus e o mundo. Obrigada galera!).
Claro que em Português eu daria um show...Falar do comportamento do consumidor brasileiro...Tema bom...Mas...Fiz o que deu, apresentei "ok" e passou.
Agora tenho papers a escrever e provas a fazer.
As viagens estão marcadas para o final de semana (já fui à Croacia e Berlim e preciso atualizar vocês. Semana que vem vou para Hamburg, Hannover e Praga. Depois minha mãe chega para visitar e viajar com mais conforto, to precisando!),

Quem mesmo inventou esse lance de vir aqui para estudar?
Que chato isso! ahahha

A festa de outubro

Começa em Setembro e termina no primeiro final de semana de Outubro.
Não sei por que cargas d’água chama-se Oktoberfest.
Resolvemos ir no penúltimo final de semana, já que na semana seguinte estaríamos na Croácia. Alguns alunos tinham programado alugar um ônibus, que seria perfeito, passaríamos a noite de 6ª feira dormindo na estrada e pegaríamos a festa começando, com as filas para as tendas das cervejarias ainda "enfrentáveis".
Só que o ônibus furou e agora, as quase 09h de viagem, deveriam ser enfrentadas de trem. Claro, para ser mais barato, optamos pelo trem lento com muitas paradas, por isso 09h de viagem.
Saímos na 6ª feira de madrugada em direção à Frankfurt. Um grupo de cinco pessoas, cada um pagando por volta de 5 euros pela viagem. Maravilhas do ticket de grupo.
Chegamos em Frankfurt e por lá ficamos fazendo hora, em um pub, até pegarmos o trem que nos levaria a Munique.
Nem demorou tanto para chegarmos, dormimos e a ida sempre é mais rápida com a ansiedade para chegar.
Foi interessante ver os alemães da Bavária entrando no trem super animados, vestidos à caráter, cantando, deixando a viagem lotada e com muita energia.
É engraçado ver isso por aqui... Um povo que é fechado, frio, comportando-se como em pleno carnaval.
Chegamos a Munique, deixamos nossas coisas na casa de uma amiga de um amigo de uma amiga minha (rs rs, mas é exatamente isso) e pegamos o metro para chegamos no local da Oktober.
Chegamos empolgados e fomos dar uma volta no grande parque de diversão instalado.
Depois de já cansados de tanto andar e esperar por um lugar em uma mesa dentro das imensas tendas que lá estão instaladas, onde a festa de fato acontece, tivemos uma grande surpresa. Encontramos o namorado da Renata, brasileira e minha amiga aqui. Ele estava em uma tenda, com uns amigos que tinham alugado a mesa por dois dias.
Esse amigo nos convidou para entrar, peneeeeeeeeetras e de graça!
Aí que a festa começou. Muita música e Prost!
A cidade ferve. As pessoas se fantasiam, mesmo.
Tudo fica muito cheio e animado. Impressionante de ver e legal de participar.
Na volta paramos no castelo que inspirou o da o da Cinderela, em Fussen.
Senti-me dentro do conto de fadas, e estava, literalmente.

Felizes da vida, após conseguir a pulseira para entrar na tenda...De graça! iupiii

Castelo da Cinderela em Fussen

Fíiiiiigaro!

Brasileiros tomam conta de Hattenheim! Iupiiii
Fiquei toda feliz com a vinda da minha amiga ao meu vilarejo. Assim que avistei Ana na plataforma me arrepiei toda... Sei lá...Mais uma vez a encontrando na Europa!
Mostrei tudo que pude. Minha casinha, minha cidade, faculdade, os amigos, o rio, o supermercado - ahaha nao tem muito o que mostrar - Por isso fiz com ela minha rotina e assim ela viveu comigo 4 dias.
Fomos à Wiesbaden e à Mainz para ela comer comidinha Alema e fazer compras, ver os precos das coisas, que segundo ela é bem mais barato que na Franca.
Em Mainz, quando estávamos voltando para casa, avistamos um teatro e resolvemos ver a programacao da semana - Duas operas: "Carmen", de Bizet e "O casamento de Figaro", de Mozart. Prontamente perguntamos o preco dos tickets de última hora: Cinco euros! Excelente! Me aventurei pela história do casamento de Figaro, cantada em Italiano e com legenda em Alemao (:-s).
Ainda bem que existe Wikipedia, pois somente quando cheguei em casa entendi o que havia acontecido no espetáculo (o programa da ópera tambem era em Alemao - assim como o meu teclado agora, reparem na falta de acentos e cedilha).
Agora a parte mais triste: Esperei ansiosamente pela parte "Figaro- fi, Figaro-fa, Fiiiigaro- Fíiiiiiiiigaaaaaaaaaaroooooo" e nao tocou!
Depois entendi que " O casamento de Figaro é a continuacao de " O barbeiro de Sevilha", e essa parte deve ser na ópera anterior...
Agora, faz sentido. Viva a Wikipedia!

Auto Show em Frankfurt

Os meninos enlouqueceram com o salão do automóvel internacional que rolou aqui em Frankfurt. Eu, ignorei assim que soube, não queria gastar dinheiro e ir ver um monte de carros que para mim não passavam de "bonitinhos".

Acontece que Ana Riva vinha me visitar e chegava em Frankfurt numa terça-feira a noite. Aproveitei que tinha um pessoal amigo indo para o tal do Auto Show e fui fazer hora com eles até a Ana chegar. Super feira, super carros - interessante e grandioso o evento.

Depois de BMW de tudo quanto é tipo, Porches, Ferraris, Audis, comecei a ficar tonta e misturar todos os carros que via. Para mim se era vermelho era Ferrari, se tinha argolinha na frente era Audi e pronto.... Já estava bom.

Não me importava mais de o motor era assim ou assado ou sei lá mais o que.

Eu consigo tentar entender quão interessante possa ser, para quem gosta, mas 4 horas vendo carro, carro, carro, não dá.

A salvação foi quando avistei uma pista de Kart. Pronto!

Arrumei logo um jeito de me divertir e, assim, os meninos puderam liberar o desejo incubado depois de horas pensando em carros, vendo carros, sonhando com carros, querendo velocidade e aventura dos carros...

Foram os 5 euros mais bem gastos do dia.